Como antecipado pelo jornal Valor Econômico, na matéria de Daniel Rittiner, “Governo fará no Rio “feirão de imóveis”: Palácio Gustavo Capanema e outros 2.263 imóveis na capital fluminense estão na lista de bens da União que serão divulgados a potenciais compradores no dia 27 de agosto”, esse Ícone da arquitetura modernista no Rio, inaugurado em 1945 como sede do Ministério da Educação e Saúde Pública, pode ser vendido à iniciativa privada.
A notícia, que caiu como uma bomba também nas redes sociais, é um típico exemplo daquele fato que provoca impacto imediato na grande maioria da mídia. A princípio, temas da área de cultura não alcançam tanta repercussão, mas em se tratando do Capanema, descrito nas páginas do Iphan como resultado do encontro de nomes como Lucio Costa, Oscar Niemeyer, Affonso Eduardo Reidy, Carlos Leão, Ernany de Vasconcelos e Jorge Machado Moreira, sob a consultoria de Le Corbusier, veio barulho e dos grandes.
No último dia 13, a Folha de São Paulo publicou o texto “Governo decide vender Palácio Capanema, edifício icônico no Rio”, de Cátia Seabra, onde destaca que “como antecipado pelo jornal Valor Econômico e confirmado pela Folha, o palácio de 16 andares integra o pacote de imóveis que o governo oferecerá no fim deste mês a investidores. O feirão inclui outros 2.263 imóveis situados no Rio de Janeiro dentro do programa de venda de propriedades da administração federal.” E ressaltou a opinião de um dos críticos da proposta, o ex-ministro da Cultura e secretário de Governo e Integridade Pública do Rio, Marcelo Calero: “Inacreditável a tentativa de venda do Palácio Capanema pelo governo Bolsonaro. Apenas uma gestão totalmente descolada de nosso arcabouço civilizatório e cultural poderia propor um absurdo desses”.
Há dois dias, foi a vez do colunista de O Globo, Bernardo Mello Franco, abordar o assunto em seu blog. Com o título “Palácio Capanema à venda: um símbolo do desmonte da cultura”, ele chama a atenção do leitor para a inclusão do Palácio Capanema no leilão do governo.
Na análise da repercussão desse fato, verificamos uma situação atípica, que demonstra a relevância do mesmo, já que notícias sobre a venda do Capanema foram motivo de cobertura para veículos voltados a diferentes públicos. Um exemplo foi o texto de O Dia, do dia 15, de Marina Cardoso, que não atinge o mesmo público leitor dos citados anteriormente. Nele, a jornalista lembra que o leilão do governo “provocou reação entre políticos, entidades e instituições. E destaca que “ no período em que o Rio era a capital do país, o palácio foi sede de dois ministérios: o da Educação e da Saúde Pública. Considerado um marco da arquitetura moderna brasileira, o edifício tem 16 andares e a fachada é revestida com azulejos de Cândido Portinari e há um jardim de Burle Marx, com escultura Juventude de Bruno Giorgio e, no térreo, há obras de Prometeu e o Abutre de Jacques Lipchitz”.
Para finalizar, ressaltamos o Extra, com a matéria “Ato contra a venda do Palácio Capanema será realizado nesta sexta”, que se volta para as reações contrárias de vários setores da sociedade e para o ato de repúdio, em frente ao Capanema, a ser realizado no próximo dia 20, às 16h: .”O protesto, cujas ações ainda estão sendo elaboradas, deverá contar com apresentações musicais, performances artísticas, colagem de cartazes e distribuição de máscaras. Os organizadores lembram que os participantes devem respeitar as regras de distanciamento”.
Por: Ivana Barreto.