Catástrofes naturais: é preciso cobrar das autoridades promessas feitas em momentos de tragédia

 

Por Ivana Barreto

A última tragédia provocada pelas chuvas em Petrópolis, em 15 de fevereiro de 2022, com alagamentos e deslizamentos, pautou os principais veículos das diferentes mídias. No caso específico da TV, praticamente todo o tempo dos noticiários foi destinado a dar detalhes das vítimas, das famílias das vítimas, dos desabrigados, das campanhas de solidariedade e das ações dos órgãos públicos. No caso de Petrópolis, tragédias desse tipo acontecem há décadas (1952, 1965, 1966, 1972, 1979, 1988) e algumas medidas deveriam ser tomadas pelo poder público para evitar ou minimizar suas consequências. Entretanto, ao que tudo indica, o citado poder não cumpre o que promete quando câmeras de TV e veículos de outras mídias voltam suas atenções para Petrópolis. E a mídia? Bem, a mídia, passadas algumas semanas de tragédias dessa natureza, simplesmente tira o assunto da pauta. Infelizmente, a cobrança que deveria ser feita pelo “Quarto Poder” não demora muito tempo. E o que acontece então? Outras enchentes, catástrofes, mais mortos e desabrigados.

No último dia 4, a passagem de um ciclone extratropical pelo Rio Grande do Sul provocou 46 mortes, sendo que 46 pessoas estão desaparecidas. O rio Taquari transbordou e suas águas arrastaram vidas em torno de 40 municípios. Muçum, localidade de 4 mil habitantes, foi a mais atingida pelas chuvas. Segundo dados da Defesa Civil, 20 mil pessoas continuam fora de suas casas e subiu para 96 o número de municípios afetados. Passados quatro dias dessa catástrofe, o tempo dos noticiários televisivos dedicados a ela, a maior que já atingiu o Estado, continua muito grande. No Jornal das Dez, da GloboNews, do dia 8, portanto, quatro dias depois das chuvas que atingiram o Rio Grande, 20 minutos do primeiro bloco foram se voltaram exclusivamente para esse tema. Além do resumo, que trouxe o número de mortos, de desaparecidos e de desabrigados, comentaristas analisaram o papel tanto do governo do Estado quanto do governo federal, assim como as promessas de ajuda financeira para as cidades mais afetadas. No domingo seguinte, dia 10, na programação especial desse canal por assinatura, houve cobertura ampla da tragédia.

O que percebemos é que a mídia atua de forma correta tão logo acontecem tragédias como a de Petrópolis e do Rio Grande do Sul. Mas, com o passar do tempo, o assunto cai no esquecimento e as autoridades, em geral, não cumprem o prometido ou o fazem de maneira incompleta, equivocada. Nesse sentido, podemos afirmar que os diferentes veículos de comunicação, como “Quarto Poder”, cumprem apenas parcialmente seu papel de fiscalização dos outros poderes.

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